Tudo sobre a região do Anhanduizinho
Campo Grande, quinta-feira, 07 de março de 2024.
Com vontade e determinação, Rosângela exibe a beringela que foi colhida no local que hoje é orgulho da família (Foto: Divulgação)
Apontado como um dos locais de grande vulnerabilidade social, aos poucos, o Jardim Paulo Coelho Machado, localizado no bairro Centro Oeste, na região do Anhanduizinho vai acabando com esse estigma, raças às mãos de três mulheres que estão fazendo a diferença e servindo como grandes exemplos para os demais.
Sem esperar “cair do céu”, as primais Rosângela Maria dos Santos (46), Maria Aparecida de Jesus (29) e a filha desta, Ana Carla Queiróz, de 13 anos, decidiram “arregaçar as mangas” e tornar realidade o antigo sonho dos pais de Rosângela, transformando em realidade e gerando renda, a Horta Urbana localizada no local citado, cujo terreno pertence à família, alimentando mais de 20 pessoas e o que é melhor, ainda gerando renda.
Graças à parceria firmada com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e de Ciência e Tecnologia (Sedesc) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), através do técnico Jair Galvão, um especialista em hortas urbanas, as mulheres puderam tornar em realidade o antigo sonho dos pais, através do projeto, tornando o local como horta, mais que especial.
Conforme Rosangela Maria dos Santos, que mora no local á mais de 24 anos, quando o pai faleceu foi atrás para regularizar o comodato e assim conheceu o projeto Hortas Urbanas. “Lá na Agência de Habitação nos falaram do projeto e nos propuseram o desafio de ter a horta no nosso terreno, conhecemos o projeto e decidimos encarar”, afirmou.
Ainda de acordo com ela e segundo o relato da história contada por ela a respeito do local que mudou a vida de todos da família, a horta sempre foi um sonho do pai e tentando transformar o sonho em realidade, eles plantavam muitas verduras, mas nada parecido com o que tem hoje. “Meus pais sempre cuidaram daqui plantando. Mas nunca tivemos uma horta como esta. Hoje eu vejo aqui um trabalho e um sonho do meu pai, que sempre gostou de trabalhar assim, ele sempre ensinou a gente e com a horta e fomos aprendendo”, garante.
Fazendo coro com a prima, Maria Aparecida de Jesus, garante que o retorno do trabalho já pode ser visto. “A gente vende, a gente doa se a pessoa não tem. Se tem menos que a gente, a gente doa, de coração, de verdade, Deus dá o retorno maior ainda. A alimentação da família melhorou bastante, porque agora temos salada fresca e saudável todos os dias. É só vir na horta e colher o alimento. Sempre tem salada na mesa”, diz Maria Aparecida.
Com farta produção, as três se dão ao luxo de colherem na horta verduras com sabor de qualidade como: couve, alface, rúcula, cheiro verde, berinjela, tomate cereja e pimentão.
“Agora já plantamos agrião e almeirão e na próxima safra, já vamos colher”, festejou Maria Aparecida.
Por sua vez, o especialista em hortas urbanas, Jair Galvão, que passa as orientações técnicas aos participantes do projeto, destacou que a horta é mais que especial. “Essa horta aqui é um pouco diferenciada, porque além de ser tocada por mulheres daqui para comunidade, ela está praticamente dentro de uma favela, são pessoas de baixíssima renda diferente e essa horta está sendo sustento. Eles estão se alimentando, fazem doação e o excedente é comercializado”, enumera.
Jair Galvão enfatizou também a importância da parceria entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e de Ciência e Tecnologia (Sedesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), para o sucesso do trabalho com os participantes. “A gente ensina tudo desde o início, as pessoas passam por qualificação. A gente praticamente começa do zero, mas isso é bom, porque a pessoa aprende o procedimento certo. Temos uma equipe técnica com agrônomo para dar essa capacitação”, afirmou.
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